O evangelho e a psicologia

Há um pensamento errôneo na ala radical do meio evangélico pentecostal de que procurar as especialidades humanas, em qualquer área é uma manifestação de falta de fé. Temos que crer; sim é verdade; mas quem disse que crer é um impedimento à busca de recursos que estão ao nosso alcance? Minha mãe, por exemplo, recebeu há uns quinze anos atrás, quando passava por um problema de um tumor maligno no seio, uma palavra de que Deus a curaria através da medicina; foi tão verdade, que as pessoas que na época fizeram a mesma cirurgia que ela, faleceu. Ela está viva.

Penso que cada coisa deve estar no seu devido lugar. Penso que as diversas áreas que tratam no ser humano deveriam se completar e não rivalizar-se.

Diante do exposto desenvolvo o assunto utilizando o método de perguntas e respostas.

1) A terapia teria o poder de prejudicar um cristão? Em que?

Acredito que a ignorância em qualquer assunto é prejudicial. Na verdade eu não descarto a terapia psicológica, no entanto, primeiro faço o atendimento pastoral para verificar se o problema da pessoa possa ser resolvido pelos instrumentos espirituais; caso percebo, muito embora Deus seja poderoso para fazer muito mais do que pedimos ou pensamos, & Efésios 3:20, que há necessidade de tratamento com um especialista da área, eu recomendo-o. Até porque, isto em nada iria denegrir o evangelho. No entanto, se um terapeuta, ou qualquer outro especialista, usa instrumentos que firam o padrão bíblico, com certeza poderá trazer prejuízos para a pessoa. Logo, não vejo que a terapia é um problema, mas o terapeuta, nesse caso.

2) Um cristão pode ser acometido de depressão?

Na verdade, a depressão é algo milenar, no entanto, em nossos dias tem sido o mal do século, acompanhada de estresse. Quanto à causa, cada caso é um caso. Por exemplo, uma mulher pode ter a depressão chamada pós-parto, mas existem outras causas tais como:- genética, psicológica (a história familiar; perdas importantes; situações que fogem o nosso controle; causas cognitivas; ira, pecado e culpa).

Penso que como seres humanos que somos, presos a um corpo “tabernáculo”, formado de substâncias diversas e impulsos elétricos, estaremos sempre sujeitos a depressão, tendo em vista que as pressões do mundo em que vivemos (não podemos no esquecer que estamos em um mundo caído) geram certo destempero nessas “substâncias” e “impulsos elétricos” levando a depressão, afinal, penso eu, somos um pouco de química.

Logo, independe de uma pessoa ser ou não cristã, para a depressão acometê-la. O cristão deveria não entrar em depressão se conseguisse seguir as recomendações Bíblicas para os casos da vida, no entanto, não conseguindo, fica sujeito como qualquer outra pessoa à depressão.

3) Seria correto um pastor aconselhar os membros da igreja sem o conhecimento de psicologia?

Depende! Afinal de contas, o aconselhamento, necessariamente não tem a psicologia como seu útero, ou seja, não é somente através da psicologia que se pode aconselhar alguém. Não é somente a psicologia que tem instrumentos de aconselhamento. Claro que dentro da área da psicologia existe a chamada especialidade; nesse caso um pastor não deve se atrever, se ele não tiver conhecimento. Mas penso que muitos pastores leigos (com os quais o evangelho cresceu tremendamente, e isto não podemos negar) acabam usando da psicologia popular (experiência de vida) para ajudar as pessoas, e elas foram e são ajudadas. Atrevo-me a dizer para aqueles que lerão esta minha posição e não concordarão; que se formem a psicólogos, a terapeutas e passem a ajudar o “povão” que não tem dinheiro para pagar as consultas intermináveis dos especialistas. Logo, os pastores leigos não têm alternativas a não ser fazer o trabalho dentro de suas possibilidades.

4) Seria correto um pastor procurar um psicólogo? Eu procuraria?

Sim! Não vejo nenhum problema quanto a isto, repito! Somos seres humanos normais como qualquer outra pessoa. No meu caso, eu não teria problemas de procurar um psicólogo, desde que fosse um cristão verdadeiro e fundamentado na palavra de Deus. Para tanto, tiraria informações a seu respeito, inclusive com o seu pastor.

5) Alguém poderia perguntar: Será que os evangélicos não teriam mais problemas psicológicos justamente por trabalharem com o fator “culpa” devido aos ensinos de seus pastores e/ou religião?

Abaixo segue algumas considerações sobre essa questão que talvez, trará luz a essa questão.

Ø  Uma pessoa quando chega à igreja ela já vem com o seu ser formado, ou seja, vem com todo um histórico de vida, logo, o problema esteja no aparelho receptor (pessoa) e não no aparelho emissor (religião e/ou ensinamentos dos pastores).

Ø  Cada indivíduo responde de uma forma às orientações bíblicas e/ou da denominação onde ele não foi forçado a ser membro. 

Ø  A culpa não é um problema somente como resultado de determinados conhecimentos recebidos (como que lavagem cerebral), mas não podemos negar que culpa pode ser um instrumento nas mãos do Espírito Santo para trazer a pessoa de volta a uma consciência equilibrada antes que a mesma se cauterize. 

Ø  Com relação ao tema culpa é bom frisar que ela subdivide-se em:-

Culpa objetiva:- Ocorre quando uma lei é quebrada e o transgressor é culpado, embora possa não sentir-se culpado.

Culpa subjetiva:- Refere-se aos sentimentos íntimos de remorso e autocondenação que surgem por causa de nossas ações.

Muitos psiquiatras e psicólogos não admitem a existência da culpa teológica, pois fazer isso seria admitir a existência de padrões morais absolutos. 

Ø  Quanto ao sentimento de culpa posso dizer que existe:-

Sentimento de culpa apropriado:- Surge quando transgredimos uma lei; desobedecemos aos ensinamentos bíblicos ou violamos os ditames da nossa consciência, passando assim a sentirmos remorso proporcional à gravidade das nossas ações.

Sentimento de culpa impróprio:- São aqueles que não são proporcionais à gravidade do ato. Derrepente a pessoa pratica algo simples, porém indevido, e condena-se como se tivesse praticado a pior coisa do mundo.

Ø   “BRUCE NARRAMORE” usa o termo Tristeza construtiva baseado em & II Coríntios 7:8-10. No texto Paulo faz distinção entre a tristeza do mundo (sentimento de culpa impróprio) e a tristeza “santa” que “produz arrependimento para salvação que a ninguém traz pesar”. (sentimento apropriado) A tristeza santa é construtiva porque produz uma mudança construtiva.

Ø   E querendo ou não, os pastores sempre estão pregando sobre o aspecto do perdão Divino. Por isso penso que tem que ser levado em conta a história do membro que está com tal sentimento para saber o motivo da continuidade da culpa. Porque de outra forma parece-me que acabaremos aceitando que os pastores e/ou religião e até mesmo o cristianismo são problemas na vida de uma pessoa; e não o é.

Ø   Por último também não posso negar que há tantos líderes religiosos que massacram a mente do povo com fardos que nem mesmo eles conseguem carregar. São os radicais extremos que sem um conhecimento real do que a palavra de Deus realmente pede, criam suas próprias normas que sufocam pessoas. Mas isso não é o cristianismo.

Finalizando meus pensamentos convido você a buscar a Deus acima de qualquer coisa. O salmista Davi no & Salmos 103:1-5 nos diz assim:-

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades,  Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia,  Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”.

 

Pastor Wellington Pereira

 

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